sábado, 12 de setembro de 2009

Empreendedor, eu?!!

Estou tentando escrever uma peça (teatro em empresas) focando a questão do "empreendedorismo". Rabisco pra lá, rabisco pra cá... Tá quase. Acho. Mas, queria dar uma "palhinha" sobre o tema por aqui. Como reflexão.


Quando digo para as pessoas que sempre fui uma funcionária "empreendedora" nas empresas na quais trabalhei, mesmo sem saber o que isso significava, que nome essa caracterísitica tinha, na ocasião; algumas acham engraçado. Mas é verdade. Trabalhei, sim, em muitas atividades e lugares que não eram aquela "brastemp", mas enquanto me predispunha a fazê-lo, fazia o melhor que conseguia. Buscava, sempre, fazer melhor. Sabe aquele famoso "vestir a camisa?". Mais ou menos isso. Sempre trabalhei como se o "negócio" fosse meu. E nunca me arrependi por isso, embora tenha sido julgada imbecil (e coisas do gênero) por muitos colegas. Penso que equivocados estavam eles - pensar assim colabora para que este modelo de gestão que ainda se perpetua em nosso país demore tanto para ser abandonado. Nunca trabalhei para os outros... Trabalhei para mim, para o meu prazer. Tive o reconhecimento de todos? Claro que não! Alguns, poucos, não só reconheceram como estimularam (estes, líderes motivadores). A maioria, infelizmente, deviam me olhar com o mesmos olhos dos meus colegas. Pior para eles. Me perderam. Porque sempre que minha paciência esgotou, parti para outra.


Ser um profissional empreendedor é difícil? Desenvolver esta característica em seus colaboradores é difícil? Vejamos...


Desenvolver o empreendedorismo é uma via de mão dupla: se assemelha cultivo de uma planta. O profissional, assim como a planta, também precisa encontrar o ambiente propício para seu desenvolvimento. O que muito vemos e ouvimos, são os "líderes" reclamando da falta de iniciativa, idéias criativas e outros comportamentos considerados indispensáveis para que as empresas cresçam saudáveis. Porém, também o que muito vemos e ouvimos, todos os dias, são profissionais buscando outras oportunidades, em função de desejarem espaço para crescer, desenvolver suas idéias. Enfim, mostrar seu potencial. E aí? Como unir estes dois pólos em favor de um melhor desempenho, em favor de algo que traga, além de crescimento e resultados financeiros para as empresas, satisfação pessoal e profissional para os colaboradores?
Se a questão realmente é como apresentam alguns autores famosos (que na atual conjuntura a condição de funcionário empreendedor é sine qua non para quem deseja se destacar no mercado de trabalho... E as empresas precisam estar atentas ao mercado, aos concorrentes, inovando sempre para se tornarem cada vez mais competitivas) o que estaria faltando, então?


Penso que cabe, a cada um de nós, refletir sobre qual o parâmetro que mantemos sobre a palavra "poder". O poder "Funciona sob o mesmo princípio do amor: quanto mais a pessoa dá aos outros, mais recebe em troca" - segundo a autora Diane Tracy.


Sei... Você pensou em sua chefia, sua empresa e riu? Tudo bem... A gente sabe que são poucos os líderes que comungam desta linha de pensamento. Delegar poderes aos colaboradores ainda não é prática muito comum em muitas de nossas empresas. A maioria, ainda, eu diria. Principalmente por aqui por estas terras de "sennhores de engenho" onde ainda se busca "mão-de-obra", "escravos". Mas, pergunto: até quando vai haver espaço para este "estilo de liderança"? Para aqueles que acham que ser um bom líder é ser bonzinho, é ter carisma? Que "gerentes" (que mais parecem capatazes) terão vida longa?


Li um artigo na revista Época Negócios, de março/2008, que arquivei. Fala sobre o "líder inspirador". Deste artigo vou destacar dois pontos apenas, a respeito deste tipo de líder:


"Surpreendem pelos resultados, em vez de fazer apenas o combinado. Não basta cumprir metas. Conseguem obter resultados incomuns de pessoas comuns."... É certo que quando sabemos focar o bom que as pessoas têm, dificilmente não conseguiremos ampliar os resultados que elas podem oferecer. Aprender a extrair o melhor das pessoas pode trazer resultados surpreendentes para as empresas.


O outro ponto: "Inspiram pelos valores, em vez de apenas pelo carisma. Constrói um código de conduta junto com os membros dos grupos dos quais faz parte, em torno de valores que são explicitados, disseminados e praticados." ... Está aí algo que pode fazer a diferença na condução de nossas equipes. Será que possuímos um código de conduta construído juntamente com nossos colaboradores? Será que eles ao menos sabem quais são os valores que norteiam a empresa para a qual trabalham? Como queremos que "vistam a camisa"? E os colaboradores, por sua vez, estão manifestando seu desejo de se expressar? Ou fazem, como tantos, alegação que "dão na medida que recebem e ponto final."?


Deixo estas reflexões.

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